Qual o motivo do ódio?

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A atual gestão da Secretaria de Segurança Pública do Paraná deixa a desejar. Por que a Polícia Militar foi deixada de lado?

Em todas as frentes de batalhas envolvendo os mais variados tipos de confrontos, desde reintegração de posse a contenção de tumultos, a farda da Polícia Militar esteve em combate. São 165 anos de uma história enraizada no cumprimento e respeito às leis e no que determina a ordem social.

Se há um histórico forte entre a Polícia Militar e os trabalhos bem executados junto a SESP – Secretaria de Segurança Pública do Paraná, por que atualmente os PMs estão descartados desta pasta tão importante?

“Em 1857 teve a primeira estrutura da Casa Militar. Em 1928, quase um século atrás, estruturou-se a Casa Militar. Em 2019, extinguiu-se. Saímos do primeiro escalão do Governo. Depois de quase um século servindo ao Governo do Estado, fomos retirados do primeiro escalão”, reiteirou o Deputado Coronel Lee em sua fala na tarde de terça (4) na Assembleia Legislativa do Paraná. “Fomos alijados do processo. Foi escolhido um coronel do exército e não sabemos, até agora, qual é a experiência que ele tem para comandar uma pasta dessa natureza”, continuou.

Por que o “ódio”?

Em seu discurso, o Deputado estadual Coronel Lee ainda questionou por que a Polícia Militar ficou de fora da pasta da segurança num momento importante para a recuperação da confiança nas forças de segurança. “Oficiais foram retirados dos postos-chaves e não sabemos o motivo de tanto ódio. Se nós somos tão incompetentes, queremos saber como ficarão os mais de 300 policiais militares no GAECO, no Tribunal de Contas, no Tribunal de Justiça, aqui na Assembleia, no Detran, DEPEN, SEJU? Nós (Policiais Militares) não somos úteis nesses lugares todos e não seremos na SESP?”, indagou. “Não sabemos qual é a real utilidade da Polícia Militar no atual Governo. Estivemos sempre junto com o Governo do estado, nas piores situações, a exemplo do 29 de abril”, continuou ele.

Violência

O Paraná registrou uma redução de 32% no número de homicídios dolosos -aqueles em que há intenção de matar- no primeiro trimestre de 2019 em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública e Administração Penitenciária.

De acordo com a pasta, 271 dos 399 municípios do estado não registraram nenhum homicídio doloso neste ano, o que representa 68% das cidades. Especialistas, porém, questionam a base da dados usada pelo governo para aferir a redução da criminalidade no estado. “Cabe salientar que a diminuição da violência no Paraná não teve nenhuma estratégia da Secretaria de Segurança. Não teve nada de novo. Foi somente o ‘efeito Bolsonaro’ no país inteiro e não é um ‘luxo’ do Estado do Paraná”, lembrou ele.

O Deputado estadual Coronel Lee ainda deixou claro que em breve trará ‘novidade’ sobre assuntos internos da SESP. “As denúncias que nós temos contra a atual pasta, assim como na própria PM, nós vamos tratar em momentos oportunos e virão à tona em breve. Toda a documentação está tramitando e o governador já tem ciência de toda a situação. Enquanto presidente da Comissão de Segurança Pública estou tomando as devidas providências”, garantiu.

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