Município ignora projeto reconhecido pela ONU e falta de água deve virar realidade

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Projeto apresentado pelo Deputado Coronel Lee para minimizar efeitos da crise hídrica foi simplesmente “colocado na gaveta” pelo atual prefeito de Cascavel

Basta passar pelo Lago Municipal de Cascavel para ver a cena do caos que a falta de planejamento com a água causou. À beira de um racionamento sem precedentes na história do município, Cascavel sofrerá as consequências de um prefeito que simplesmente ignorou os alertas e as ajudas para minimizar os efeitos da pior seca que a Capital do Oeste sofre nos últimos 30 anos.

O projeto

Apresentado em julho de 2019 em reunião direta com o prefeito Leonaldo Paranhos, o Programa Corredores de Água Boa foi elaborado justamente quando a população de Cascavel sofreu com um surto de diarréia, ocasionado por contaminação da água. Sensível a essa questão, o Deputado Coronel Lee juntamente com especialistas da área, elaborou um projeto que blinda os rios urbanos, dando qualidade e volume aos rios.

Para termos uma idéia, de como a blindagem seria feita, só o Instituto de Terras e Águas (IAT, antigo IAP – Instituto Ambiental do Paraná) doaria mais de 1,140 milhão de mudas de árvores. Num comparativo direto, hoje existem plantadas em Cascavel cerca de 65 mil árvores, o que aumentaria em quase vinte vezes o volume de árvores no município. Fora outros projetos dentro do Corredores de Água Boa, que se preocupa desde a nascente até o final do percurso dos rios urbanos. A elaboração do projeto foi tão boa que a ONU – Organização das Nações Unidas – convidou o Programa Corredores de Água Boa para ser apresentado na Escócia, na metade de 2020, evento cancelado posteriormente pela pandemia.

Prefeito ignorou

Além de ignorar os alertas de que a questão da água poderia se complicar em pouco tempo, Leonaldo Paranhos ignorou também o convite feito pela própria ONU. Qual seria o motivo? Seria porque esse projeto não foi elaborado por sua equipe, ou porque não conseguiria fazer marketing pessoal em cima disso?

Desassoreamento adianta?

Não adianta. A tentativa do atual prefeito em justificar a crise hídrica passa pelo desassoreamento do Lago Municipal, a principal “caixa d’água” da cidade. No entanto, “fazer buraco não gera água”, e essa situação poderia contaminar a água juntamente com o aumento do volume de peixes naquele espaço.

A questão é que, com planejamento, e com os alertas que foram dados desde julho 2019, a eminência de um racionamento e de rodízios do consumo de água poderiam ser minimizados ou até mesmo desnecessários se implantados projetos consistentes. Jogar a culpa na Sanepar? Mas será que um gestor, que se diz preocupado “com o futuro e as crianças” não deveria antever situações como essa? Não é isso que faz um gestor? Planejar?

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